Opinião de um estudante

Pessoalmente considero que a eutanásia não deve ser entendida como um “puro e simples assassinato” mas sim como uma opção que pode ser tomada livremente por um doente em fase terminal, que vive numa situação tão dramática de sofrimento que o leva a desejar “não acordar no dia seguinte”.
Ora não demonstrar qualquer piedade com tais pessoas é um acto completamente bárbaro da nossa parte, pois deixar essas pessoas num sofrimento angustiante que nos leva a desejar para nunca estarmos na posição delas é algo completamente desumano, mais desumano do que permitirmos com que acabem com tal sofrimento.
A igreja Católica no decorrer da sua existência tem cometido graves erros em prole dos seus dogmas. Considero que a sua oposição à eutanásia é um desrespeito pelos direitos humanos e a liberdade pessoal, mais uma vez contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade com uma mentalidade retrógrada e altamente condicionada incapaz de se aperceber do sofrimento dos outros.
Afinal quem somos nós para podermos julgar aqueles que decidem optar pela eutanásia? Só vivendo uma situação idêntica à dessas pessoas é que poderíamos julgar justamente tal decisão.
Sendo este assunto extremamente polémico, penso que se deverão realizar referendos nacionais em todos os países que pretendam resolver este assunto, antecedidos por debates sérios e esclarecedores entre individualidades a favor e contra a eutanásia, incluindo também a opinião sobre o assunto dos próprios doentes em fase terminal que estejam dispostos e em condições para se expressarem, para que se possível e definitivamente se chegue a um consenso.
Só assim se poderá chegar algum dia a uma decisão definitiva sobre este assunto e, infelizmente até lá os doentes terminais que pretendem a eutanásia têm um longo caminho a percorrer, caminho esse que é pavimentado com espinhos de uma rosa que alguns nunca terão a oportunidade de ver brotar.

Fábio Emidio

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